Sábado à tarde | Ano Bíblico: Nm 22–24 |
Verso para Memorizar: “Vocês... são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9, NVI).
Baixa autoestima é um mal moderno. Seus portadores frequentemente são levados ao aconselhamento ou ao consultório pastoral por esse mesmo motivo ou por problemas mais complexos, como abuso de drogas, depressão ou distúrbios alimentares.
Na existência diária, a baixa autoestima pode nunca chegar a proporções clínicas, mas quase invariavelmente prejudica os relacionamentos e o desempenho na maioria das áreas da vida.
Talvez o principal motivo de as pessoas sofrerem mais que nunca desse problema seja a mídia, que frequentemente retrata suas celebridades como maiores que a vida, deixando que os outros sintam sua própria pequenez em contraste com os ícones que desfilam diante deles.
A ideia de autoestima, como a Bíblia apresenta, tem uma perspectiva diferente. A psicologia convencional considera a autoestima como a avaliação que alguém faz de seus próprios atributos e características, a partir da observação que faz de si mesmo e do parecer de outras pessoas. A Bíblia oferece pelo menos dois componentes adicionais: Quem são os seres humanos por origem (
Gn 1:26, 27) e o que Deus pensa sobre cada pessoa e o que lhe oferece (
Jo 3:16). Quando somamos esses componentes, nossa compreensão sobre a autoestima pode mudar.
Domingo | Ano Bíblico: Nm 25–27 |
Origem
Hoje, prevalecem duas visões mutuamente exclusivas sobre a origem humana. Uma descreve os seres humanos como produtos de mero acaso, resultado de um acidente cósmico em que nossa existência não foi planejada. Casualmente, viemos à existência. Embora essa opinião sempre haja existido entre algumas pessoas, nos últimos séculos – particularmente depois que as falsas teorias de Charles Darwin se popularizaram — a ideia de a humanidade existir por puro acaso tem enganado milhões. Assim, muitos chegaram a crer que a vida é inerentemente sem propósito, ou que qualquer que seja seu propósito, as pessoas devem tentar alcançar por si mesmas. Por milênios, a maioria das pessoas imaginava que se originavam de Deus ou dos deuses; hoje, muitos acham que vieram dos macacos. Em contraste, existe a visão ensinada na Bíblia.
1. Compare a visão apresentada acima com as declarações da Bíblia. Gn 1:26, 27;
Sl 8:5,
100:3;
At 17:24-28.
Como cada uma dessas posições deve afetar nosso senso de valor próprio e de autoestima?
Deus não só nos criou com um propósito, mas nos criou à Sua imagem. Ele também criou outros maravilhosos seres vivos: plantas e animais, mas, em sua beleza e perfeição, eles não trazem a semelhança de seu Criador, como os seres humanos. Além disso, a humanidade foi colocada acima de todos eles com domínio e autoridade.
Em contraste com a convicção ateísta de que não existe propósito transcendente para a biologia e psicologia humana, a Bíblia ensina que Deus escolheu partilhar “Sua imagem” com a família humana. Obviamente, grande parte dessa imagem foi maculada e perdida por causa das sucessivas gerações de pecado, mas a impressão continua em cada pessoa, e que a imagem perdida pode ser restaurada progressivamente pelo poder transformador do Espírito que opera nos que são rendidos a Cristo.
Deus não só nos criou, mas também nos remiu. De fato, Ellen White disse que Cristo teria morrido até mesmo por uma única pessoa. O que isso nos diz sobre nosso valor inerente, não importando o que o mundo possa pensar sobre nós? Por que é tão importante manter em mente nosso valor aos olhos de Deus?
Segunda | Ano Bíblico: Nm 28–30 |
Autopercepção
Aquilo que vejo em mim mesmo é um componente importante da autoestima. Porém, é um retrato incompleto e, frequentemente, defeituoso. A subjetividade pode levar a interpretações equivocadas quando avaliamos as pessoas, inclusive a nós mesmos.
Umas das mais sérias advertências bíblicas é contra o julgamento de outra pessoa: “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas” (
Rm 2:1; veja também
Lc 6:41, 42). A distorção parece universal, e as pessoas estão sujeitas a cometer erros quando julgam os outros. O mesmo acontece com nós mesmos. Existe muito erro quando alguém julga a si mesmo em termos de habilidade, aparência, caráter, poder, etc. Sempre vai haver pessoas mais espertas, de melhor aparência e mais talentosas que você; ao mesmo tempo, sempre haverá pessoas que olham para você e se sentem inferiores.
2. Leia cuidadosamente e com oração Mateus 22:39. O que está implícito nesse texto a respeito de como devemos ver a nós mesmos?
Esse texto sugere que uma quantidade razoável de amor deve ir para si mesmo (embora não seja esse o foco principal do texto). Deve existir um orgulho saudável pelas coisas bem feitas, nas tarefas bem realizadas e nas boas características e traços de caráter que alguém possua. Espera-se uma atitude de proteção própria e cuidado de si mesmo. O problema vem quando a pessoa não dá crédito a Deus, o Criador de todas as boas coisas em nós.
3. Como devemos entender Romanos 12:3, levando em conta o que vimos até agora?
Existe uma área mediana desejável entre a extremamente baixa autoestima e a arrogância. E Paulo nos adverte contra a última. Ao mesmo tempo,
Romanos 12:4-8 explica que o corpo de Cristo precisa da contribuição de cada membro, de acordo com os dons individuais dados a eles pela graça. Não existe nada de errado em reconhecer cada dom, usando-os para fortalecer a igreja de Cristo, e agradecer a Deus por eles.
Faça mentalmente uma lista dos bons atributos pessoais, características e habilidades que Deus lhe deu. Como você pode usá-los e, ao mesmo tempo, permanecer humilde? A contemplação diária da cruz pode ajudar a nos manter em nosso lugar.
Terça | Ano Bíblico: Nm 31, 32 |
O que os outros veem
Em muitas sociedades, o valor de uma pessoa é determinado por seus talentos, dons, aparência, e assim por diante. Olhamos para a aparência externa (
1Sm 16:7); afinal, isso é tudo que podemos ver. Assim, nosso conceito próprio costuma ser moldado pela reação que os outros mostram, com base na observação externa que fazem de nós. Se todos lhe disserem que você é bonito, é mais provável que você mesmo se ache bonito.
Mas sempre existe muito mais em cada um de nós do que o olho enxerga. Aqueles que sofrem de baixa autoestima precisam pensar em termos de características ou atributos pessoais que têm verdadeiro valor e não necessariamente o que o mundo valoriza, porque, frequentemente, os valores do mundo não têm nenhum valor para Deus.
4. Quais são as coisas que nossa sociedade e cultura valorizam? Qual é a importância dessas coisas para Deus?
Pode haver exceções, mas a maioria das sociedades tende a atribuir muito valor às características externas, observáveis. Porém, outras características, como honestidade, generosidade, temperança ou firme compromisso aos princípios e ideais, tendem a ocupar lugar secundário.
5. Como o preconceito de gênero, classe ou nacionalidade afeta a autoestima das pessoas? Qual deve ser o alvo do cristão em termos de preconceito e discriminação? Gl 3:28
Os efeitos do preconceito são devastadores sobre a autoestima e o desempenho. Como cristãos, devemos fazer um esforço concentrado para levantar e encorajar os outros, qualquer que seja sua origem.
Em
2 Samuel 9, temos a história de Mefibosete, que poderia ter sido objeto da vingança de Davi. Isso explica por que ele teve medo, se inclinou ao chão e se referiu a si mesmo como “um cão morto”. Ele também era incapacitado. Não há dúvida de que a restauração da propriedade familiar, a relocação de servos e as honras concedidas deram a Mefibosete uma medida extra de valor próprio. A influência que as pessoas têm sobre a autoestima dos outros é extremamente poderosa. Mais do que percebemos, temos a habilidade de formar o conceito próprio dos outros por meio de palavras, ações e até nossa forma de olhar para eles.
Quarta | Ano Bíblico: Nm 33, 34 |
O que Deus Vê
6. De acordo com as três parábolas de Jesus em Lucas 15, qual é nosso valor diante de Deus? O que Deus pensa sobre nós? Por que é tão importante conhecer esse conceito e mantê-lo diante de nós?
Se você se sentir tentado a pensar que é inferior, está perdido ou rejeitado, lembre-se de que, juntamente com essa condição vai algo mais — um cuidado especial e intenso de Deus e Seus anjos. O pastor se importava mais com a ovelha perdida do que com as restantes noventa e nove. A mulher esqueceu suas outras moedas e procurou cuidadosamente até que encontrou a perdida. O pai parece ter dado mais atenção às exigências irracionais do filho pródigo que ao primogênito. Todos, o pastor, a mulher e o pai, mostram uma consideração especial por aqueles que obtiveram menos sucesso.
Então, quando os perdidos são achados, há grande alegria na Terra e no Céu. Veja como essas histórias revelam poderosamente o amor de Deus a cada um de nós, não importando nossas culpas.
Esse princípio pode ajudar aqueles que estão em necessidade. Muito frequentemente, ao falar com os outros, se você lhes der um ambiente seguro, confidencial e acolhedor, só isso já pode lhes fazer muito bem. As pessoas, especialmente as que sofrem, precisam saber que alguém se importa com elas, especialmente em sua dor.
O cristão tem uma clara vantagem sobre quem não aceita nem crê no Senhor. Deus está em ação 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ouvir aquele que se sente deprimido, estressado, solitário e ansioso. Essa relação com Deus deve ser razão suficiente para que alguém se sinta especial e obtenha algum alívio para a baixa autoestima.
Evidentemente, a cruz é o maior exemplo de nosso valor aos olhos de Deus. Mais que qualquer outra coisa, essa deve nos mostrar quão valiosos somos diante de Deus, não importando as fraquezas e culpas que temos. A cruz nos diz que, não importa o que os outros pensam sobre nós, somos de valor inestimável para o Criador do Universo. E, afinal, considerando a transitoriedade dos valores da sociedade, no fim, quanto deve realmente valer a visão dos outros e da sociedade como um todo?
Como podemos ajudar outras pessoas a tomar a mensagem de
Lucas 15 e aplicá-la a si mesmas? Como podemos ajudar os outros a perceber que Jesus aqui está falando pessoalmente sobre eles?
Quinta | Ano Bíblico: Nm 35, 36 |
Um novo homem
7. O que Paulo quer dizer por nos “revestir” do novo homem? Qual é a natureza desse novo homem? Ef 4:23, 24
As pessoas gostam de tentar novas aparências: mudar de penteado, comprar novas roupas, e até mesmo fazer uma plástica ou transplante de cabelo. Mas essas ações trazem mudanças apenas exteriores, secundárias. O ser básico permanece inalterado.
Paulo fala sobre um novo ser, relacionado não com a aparência mas com a natureza e a atitude mental. Ele diz que fomos “criado[s] para ser semelhante[s] a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (
v. 24).
8. Resuma as atitudes e comportamentos que provêm do novo homem. Ef 4:25-32
O novo homem a que Paulo se refere demonstra frutos (veracidade, unidade, honestidade, diligência, conversação saudável, generosidade, perdão). Note, igualmente, que todos os atributos do novo homem têm que ver com bom caráter e relações interpessoais saudáveis, e esses podem estar ligados diretamente às questões de autoestima. Os comportamentos adversos mencionados em
Efésios 4, como a mentira, ira e amargura, deixam a pessoa com um senso diminuído de valor. Em contraste, repartir com pessoas necessitadas e ser bondoso e compassivo são ações que podem aumentar a autoestima, pois transferem o centro da pessoa e, assim, deixam a pessoa com senso de realização.
A comunidade cristã precisa de pessoas interessadas em edificar os outros e não em destruí-los. O valor próprio pode ser arruinado facilmente em um instante com palavras rudes de crítica. “É dever de toda família e de cada cristão individualmente opor-se ao uso da linguagem corrupta. Quando em companhia de quem se deleita em palestras tolas, é nosso dever mudar o assunto da conversação, se possível. Com o auxílio da graça de Deus devemos calmamente proferir algumas palavras, ou introduzir um tema que oriente a conversa para terreno mais aproveitável” (Ellen G. White,
Parábolas de Jesus, p. 337).
Estudo adicional
Se Deus cuida de um pardal... como Ele cuidará daqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo? Uma pessoa vale mais que todo o mundo. Por uma única pessoa Jesus teria passado pela agonia do Calvário para que fosse salva para Seu reino. ‘Portanto, não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais” (Ellen G. White, Review and Herald, 3 de maio de 1892).
“Perdemos muitas e ricas bênçãos porque negligenciamos buscar o Senhor com coração humilde. Quando formos a Ele com coração sincero, pedindo-Lhe que revele nossos defeitos, Ele nos mostrará um quadro verdadeiro de nós mesmos, refletido no espelho de Sua Palavra. Então, tendo nos visto como Deus nos vê, não saímos esquecidos de que tipo de pessoas somos. Vamos estudar cuidadosamente os traços defeituosos de nosso caráter e buscar graça para torná-los semelhantes ao padrão apresentado na Palavra de Deus” (Ellen G. White, The Lake Union Herald, 3 de novembro de 1909).
Os dois parágrafos acima nos dão uma compreensão adicional para manter o equilíbrio entre a inferioridade e a vaidade. Leia
Romanos 12:2, 3 à luz desses textos para compreender melhor como alcançar um conceito próprio equilibrado.
Perguntas para reflexão
1. O século 20 foi um dos mais violentos da história, com assassinatos em massa em escala nunca vista antes. Como a visão darwinista da existência humana, que afirma que toda vida é produto de mutação fortuita e seleção natural, pode ser responsável, ao menos parcialmente, por esse total descaso pela santidade da vida humana? Em outras palavras, se somos apenas macacos avançados, produtos unicamente do acaso, qual é o valor inerente de uma vida individual?
2. Pense mais no que a cruz de Cristo nos ensina sobre nosso valor individual. Pense no que aconteceu na cruz, quem estava sobre ela, e o que significou Sua morte. Como a cruz deve nos ajudar a ter mais senso de qual realmente é nosso valor individual?
Respostas sugestivas:
Pergunta 1: Se somos produto de mero acaso, não temos muito mais valor que esta vida. Se somos criaturas de Deus, Ele nos atribui imenso valor,
Pergunta 2: No mesmo nível do nosso próximo. Nem acima, nem abaixo. Neste sentido, o amor próprio é apropriado.
Pergunta 3: Sem falsa modéstia, mas com a verdadeira modéstia cristã.
Pergunta 4: Resposta pessoal.
Pergunta 5: Todos somos iguais diante de Deus e uns dos outros. Toda discriminação é pecaminosa.
Pergunta 6: Deus mostrou nosso valor a ponto dar a vida de Seu Filho para a nossa salvação.
Pergunta 7: A renovação parte do interior transformado pelo poder de Deus e se manifesta em nossas atitudes e atos.
Pergunta 8: Veracidade, paz, honestidade e outras virtudes mais.