(Imagem: Seribelli)
A inflamação dos ouvidos costuma acompanhar um quadro gripal. Muitas vezes, o ouvido não está inflamado; apenas há dor de ouvido, em geral, devido à friagem ou resfriamento rápido como vento frio, que produz espasmo da trompa de Eustáquio, um pequeno canal que liga o ouvido à garganta. Esse espasmo acarreta aumento da pressão dentro do ouvido e consequentemente ocorre a dor.
Por esse canal, acredita-se que se iniciem a inflamação do ouvido médio e interno, proveniente da garganta. A otite externa, que afeta o canal externo do ouvido e a membrana timpânica externa, pode ser causada por traumas, sujeira, corpos estranhos, insetos, etc.
Nos casos simples de dor de ouvido devido aos contrastes de temperatura, apenas a utilização de compressas úmidas e quentes poderá resolver o problema. Em alguns casos é conveniente fazer-se uma vaporização com chá de camomila para aliviar a dor.
As compressas podem ser feitas durante 30 ou 60 minutos e a vaporização durante 20 minutos. A inflamação do ouvido propriamente dita deve ser diagnosticada pelo médico. Às vezes, a membrana timpânica – que é a pele interna do ouvido que vibra pela ação dos sons e transmite essas vibrações para o ouvido médio e interno – rompese e deixa sair uma secreção purulenta, ocasião em que as pessoas dizem que o ouvido “vazou”. Esse rompimento das membranas do tímpano pode acarretar sérios danos à capacidade auditiva. Portanto, sempre é indicada a visita e consulta ao especialista.
Porque as crianças têm otite é uma questão muito discutida. Entretanto, a resistência física fraca, associada ao resfriamento e ao quadro gripal, acaba produzindo o desenvolvimento de bactérias no próprio ouvido. Para destacar essa teoria, lembramos que é raro, muito raro mesmo, encontrar grandes otites purulentas em crianças com boa alimentação e bom estilo de vida. O tratamento da otite requer medidas médicas e outras auxiliares.
Cuidados gerais
Como toda moléstia infecciosa, algumas medidas genéricas são válidas. Em muitos casos, estas medidas naturais podem resolver o problema, antes que o médico chegue.
Alimentação à base de frutas.
tomar seis copos de água por dia.
Manter o quarto bem arejado (não com vento).
repousar.
Manter bom funcionamento intestinal (duas ou três evacuações por dia).
Evitar tomar sol na cabeça.
tomar banho diariamente.
(Imagem: Marta Irokawa)
As compressas quentes são úteis para desinflamar o ouvido, mas não devem ser aplicadas em casos de febre alta. Algumas mães costumam colocar óleo de oliva quente com alho amassado nas infecções do ouvido; mas é aconselhável que a mãe ou pessoa que vai fazer esse tratamento faça um teste antes para não queimar o ouvido da criança. O teste consiste em levar o óleo até a boca e encostá-lo nos lábios ou na língua.
(Imagem: Marta Irokawa)
Outro tratamento com bons resultados é a cataplasma de argila com carvão quente. Misture uma parte de carvão em pó e uma parte de argila com chá de camomila até que se torne massa pastosa. Coloque a massa em pano do tipo gaze e envolva-a como se fosse um pacote. Aqueça a cataplasma em banho-maria e aplique na região do ouvido. Deixe atuar por uma ou duas horas.
(Imagem: Marta Irokawa)
O escalda-pés é um tratamento válido para toda moléstia inflamatória em que haja congestão vascular no tronco e cabeça. O procedimento é simples: basta colocar os pés em bacia ou balde com água a 37°C, durante 20 minutos. A temperatura do banho deve ser aumentada progressivamente até alcançar 40ºC. Pessoas diabéticas, com lesões neurológicas, varizes e alterações vasculares não podem fazer escalda-pés. Em casos de febre alta, convém não aumentar a temperatura da água.
*Hildemar F. Santos é médico
[Fonte: Revista Vida e Saúde, Fev/2009 p.42 e 43]